Pedro Parente, que foi alçado à presidência da Petrobras no governo Temer, durante a gestão Collor, participou da elaboração e execução do orçamento da União. Foi ministro três vezes no governo de Fernando Henrique Cardoso e comandou os as pastas de Planejamento, Minas e Energia e a Casa Civil. Ao deixar o governo, Parente assumiu como vice-presidente executivo do grupo RBS. Depois, virou presidente da Bunge, uma empresa de agronegócio, alimentos e bioenergia.
Ao equiparar o preço interno do petróleo à flutuação do dólar, Parente prejudicou aos brasileiros e favoreceu os importadores - as multinacionais e os seus prepostos em solo nacional. Esta política encareceu o preço dos combustíveis no país. O diesel, nesta conjuntura, aumentou 59,32% desde julho de 2017. A gasolina subiu 58,76%, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 2,68%.
A Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) divulgou nota, na semana passada, sobre a política de preços da Petrobras. O documento destaca: "A Petrobras adotou nova política de preços dos combustíveis, desde outubro de 2016. A partir de então, foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA que, em 2015, respondia por 41% do total, em 2017, superou 80% do total importado pelo Brasil. Ganharam os produtores norte-americanos, os 'traders' multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobras, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de 'America first!', 'Os Estados Unidos primeiro!'.
Prossegue a nota: "Diante da greve dos caminhoneiros, assistimos, lemos e ouvimos, repetidamente na 'grande mídia', a falácia de que a mudança da política de preços da Petrobras ameaçaria sua capacidade empresarial. Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobras pode recuperar o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços. Além da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se aquece com preços mais baixos. A atual direção da Petrobras divulgou que foram realizados ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos. A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o preju- ízo na geração de caixa decorrente da política adotada. Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta 'quebra da Petrobras', em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014. A verdade é que a geração de caixa da companhia, neste período, foi pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho empresarial histórico".
Para a AEPET, "a Petrobras é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do país e para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis...enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo. A AEPET afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobras forte, a serviço do Brasil e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra dos brasileiros". Por isso, diante do exposto, digo que devemos lutar para que a Petrobras seja, efetivamente, do Brasil e dos brasileiros.